Ciências Sociais me chamam a atenção! Desde muito tempo, sempre fui fascinado pelo que a Antropologia e a Sociologia apresenta sob seu olhar! Os porquês de muitas coisas que acontecem conosco, que fazemos, da forma que nos comportamos e um pouco da cultura que envolve cada povo. Falar sobre cultura é sempre empolgante, mas é importante entender que o conceito de “cultura sob o olhar da Antropologia” abrange tudo o que diz respeito sobre os hábitos existentes e produzidos pelo grupo em observação. A comunicação, as artes, os valores morais, os gostos, as leis e a educação. Diferente do que limitamos quando ouvimos a palavra (cultura = arte). Logo, é errado dizer que determinada pessoa não tem cultura, por não ter um “gosto mais refinado”, segundo a classificação preconceituosa criada pela sociedade (pode ser que tenha gosto duvidoso….rs).
Émile Durkheim foi um dos grandes nomes na contribuição e desenvolvimento das Ciências Sociais, e sua visão sobre a força influenciadora externa é muito interessante.
…Quando desempenho a minha obrigação de irmão, esposo ou cidadão, quando satisfaço os compromissos que contraí, cumpro deveres que estão definidos, para além de mim e dos meus atos, no direito e no costume. Mesmo quando eles estão de acordo com os meus próprios sentimentos e lhes sinto interiormente a realidade, esta não deixa de ser objetiva, pois não foram estabelecidas por mim, mas sim, recebidas pela educação….o sistema de sinais de que me sirvo para exprimir meus pensamentos, o sistema monetário que emprego para pagar dívidas, os instrumentos de crédito que utilizo nas minhas relações comerciais, as práticas seguidas na minha profissão, etc, funcionam independentemente do uso que delas faço (Durkheim).
Seguindo esse raciocínio, temos;
1º. Nas Ciências Sociais, encontramos dois termos interessantes que representam muito de nossa conduta, sentimentos e pensamentos sociais: Anterioridade (existia antes) e Exterioridade (existia fora) em relação aos indivíduos.
Pausa para uma pergunta: Se os valores da sociedade se caracterizam pela anterioridade e exterioridade, como elas se manifestam no indivíduo?
Resposta: Através da “educação”. Não apenas a formal (escolas), mas principalmente a exercida pela família e, em todos os outros grupos que o mesmo está inserido (amigos / trabalho / entretenimento / etc).
2º. O nosso completo comportamento é aprendido na sociedade. Desde o objetivo até o subjetivo, pois a limitação não ocorre apenas no modo de agir, mas principalmente no modo de sentir, ou seja, até a maneira em que nos emocionamos sob um acontecimento em um filme é aprendido pela sociedade.
3º. Fato Social: As maneiras de agir, pensar e sentir exteriores ao indivíduo , e dotadas de um poder coercitivo em virtude do qual se lhe impõem, ou seja, o fato social se impõem punitivamente através de duas formas: Pela Lei, ou sutilmente presente nos padrões sociais e culturais (o que para nós talvez seja mais representativo do que a própria lei, gerando a retaliação e a exclusão). Basta lembrar de um caso recente sobre uma aluna vestida de forma “inadequada” em uma Universidade de São Paulo (capital). Não está escrito no regulamento e nem no contrato do ato da matrícula que ela não poderia se vestir da forma que foi, mas está gravado nas consciências individuais que ela estava totalmente fora dos padrões aceitos no ambiente.
Como disse no começo deste post, entender um pouco mais sobre as Ciências Sociais agrega muito no nosso olhar sobre o mundo e a vida. E ter a oportunidade de estudar esses fenômenos contribuem muito na nossa melhora individual, aprendendo e respeitando a estrutura social em que estamos inseridos.
Agradeço muito à professora Lúcia Montezuma da Universidade de Mogi das Cruzes, que tem me apresentado livros e caminhos para conhecer um pouco mais sobre esse assunto, e finalizando, peço licença para parafrasear Einstein: A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.
Referência: Antropologia para quem não vai ser antropólogo
Autor: Rafael José dos Santos
Tomo Editorial
Impressão digital! 